sábado, dezembro 29, 2007

THE BLAKES- The Blakes

O último post do ano é de uma interessante descoberta das navegações cibernéticas noturnas: o trio de Seattle, THE BLAKES. O nome pode parecer familiar e, por isso, vale esclarecer a semelhança com outras duas bandas atuais que são o RAKES e o BRAKES. O RAKES foi a responsável pelo hit 22 Grand Job e tocou no Brasil em julho desse ano, enquanto o BRAKES é formado por membros do BRITISH SEA POWER & ELECTRIC SOFT PARADE(são tantas bandas e álbuns que o aviso é bom para não confundir). O BLAKES é um trio formado em 2001 na cidade berço do grunge, mas as influências dos rapazes não são NIRVANA ou PEARL JAM. Eles tem seu pé fincado no rock dos KINKS, BUZZCOCKS e SUPERGRASS, no rock garageiro dos STOOGES e nos vocais do power-pop. A banda teve elogios de gente como IGGY POP, feito durante o show no festival SXSW, abrindo as portas para o primeiro cd de título homônimo. Two Times abre o disco com um clima de White Stripes e é seguida pela ótima Don´t Bother Me. Modern Man e Run formam a melhor sequência do álbum, que ainda tem Magoo, Commit, a balada Lint Walk, Lie Next to Me e Picture como destaques. Este cd não é a salvação do rock(e precisa?), mas com certeza vai agradar aos fãs de bons riffs e refrões grudentos, em seus aproximadamente 32 minutos carregados de potenciais hits, ideais para ouvir nos dias de calor que estão chegando ao hemisfério sul. Baixa e boa diversão.

quarta-feira, dezembro 26, 2007

THE MOOG- Sold for Tomorrow

Se no post anterior o comentário era sobre uma banda islandesa agora vamos para um país mais obscuro no rock mundial, a Hungria. Esse país do leste europeu é mais conhecido pelo excelente time de futebol que disputou a copa de 1954(com destaque para o craque Puskas) e por ser um dos celeiros de belas e fogosas atrizes para o cinema pornográfico mundial(vide as várias séries de filmes rodados na capital Budapeste). Sinceramente não me lembro de bandas húngaras de sucesso mundial(se estiver cometendo uma gafe, por favor me corrijam), mas parece que o MOOG veio alterar esse quadro. Formado em 2004 na capital húngara, este quinteto foi obtendo destaque em seu país e conseguiu criar uma ponte para obter projeção na Inglaterra e nos EUA. Seu álbum de estréia, Sold for Tomorrow, lançado em abril desse ano, deixa claro as influências de BEATLES, RAMONES, LIBERTINES, SONICS, STROKES & FRANZ FERDINAND na composição de seu som, situando-s bem próximos as novas bandas inglesas da atualidade. Respaldado pela produção de Jack Endino, um dos papas da cena de Seattle dos anos 90, o cd traz músicas interessantes como I Don´t Want You Know, Everybody Wants, If I Died, Survive e Goodbye. No geral o álbum não decepciona, mesmo sendo um pouco "mais do mesmo"(muitos riffs vão remeter as bandas pós-LIBERTINES da atualidade), e vai gerar algumas músicas interessantes para uma coletânea do rock feito na atualidade. Vale conferir em ritmo de final de ano, ou seja, sem grandes expectativas. Boa diversão.

domingo, dezembro 23, 2007

MINUS- The Great Northern Whalekill

A cena pop/rock é muito concentrada nos EUA e Inglaterra e, as vezes, pensamos que somente esses países produzem boas bandas(o que é um grande engano, como provam os excelentes discos de bandas francesas, chilenas, argentinas e brasileiras comentados em posts ao longo do ano). Apesar das várias cenas ao longo do mundo, três países, pelo menos para mim, são destaque fora do eixo anglo-americano: Austrália, Suécia e Islândia. A cena islandesa tem muitas bandas interessantes como, por exemplo, SUGARCUBES, SINGAPORE SLING, SIGUR RÓS & GUS GUS, e no Brasil o livro Rumo a Estação Islândia, do reverendo Fábio Massari, é uma ótima opção para conhecer melhor o ótimo som feito nas proximidades do pólo norte. E para mostrar a diversidade da cena desse país, nada melhor que o novo álbum do quinteto MINUS, intitulado The Great Northern Whalekill. Formada em 2002, na capital Reykjavik, com uma sonoridade que mescla influências de stoner, grunge e metal, a banda lembra o FOO FIGHTERS do início de carreira e o QUEENS OF THE STONE AGE, dos discos R e Songs from the Deaf, mas consegue impor um estilo próprio as suas músicas(eles cantam em inglês e isso colabora bastante). Rip it Up é uma paulada nos ouvidos que deixa escancarado o sorriso de orelha a orelha. Futurist é a melhor canção do álbum, unindo peso e melodia. Outras faixas para se prestar atenção são Rythm Cure, Shadow Heart, Weekend Lovers, Black and Bruised e Kiss Yourself. Um petardo que merece ser escutado este novo cd do MINUS. Baixa e boa diversão.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

THE FELICE BROTHERS- Tonight at the Arizona

Ao ouvir novas bandas a primeira pergunta que me vem a cabeça é: "Quais são as influências?". Evidente que depois de mais de 50 anos de rock é muito dificil alguém realizar um disco totalmente inovador e, por isso, as influências são importantes para definir o perfil das bandas novas e também o grau de criatividade que elas possuem. Aos fãs de climas dylanescos, o primeiro álbum do quarteto americano, oriundo de Nova Iorque, THE FELICE BROTHERS, intitulado Tonight at the Arizona, traz, evidentemente, muitas influências de Mr. Zimmerman, mas transcende o rótulo de mera cópia, ao aliar também influências de grupos como THE BAND & WILCO, sendo um dos bons exemplos da qualidade da música Americana, gênero que tem na banda de Jeff Tweddy seu principal expoente na atualidade. Roll the Arte, faixa de abertura, e Hey Hey Revolver dão ao ouvinte o que está por vir: um apanhado de belas músicas na melhor tradição do rock/country/folk americano. T for Texas é a melhor música do disco(se eu inventasse que ela saiu do Blonde on Blonde do DYLAN muita gente iria acreditar). Outros destaques são Going Going Gone, Lady Day, Mercy e Take the Hammer, que fecha o álbum em grande estilo. Se você ouvir o disco com atenção, e sem preconceito, vai descobrir um apanhado de belas melodias e canções densas e poderá observar como as influências, misturadas no liquidificador sonoro, geraram uma obra de qualidade. Boa diversão.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

THE WEAKERTHANS- Reunion Tour

Enquanto 2007 ainda não acaba vale indicar os bons discos que surgiram neste belo ano musical, com inúmeros bons lançamentos. E 2007, com a explosão definitiva da internet no mercado musical, propiciou aos fãs de música acesso aos mais sortidos álbuns, das mais variadas bandas, dos mais diversos países, o que fez a relação fã-banda nunca mais ser a mesma(o MySpace está aí para não me deixar mentir). Assim, chegamos ao cd Reunion Tour, quarto disco da carreira da banda canadense THE WEAKERTHANS. A banda já conta com dez anos de estrada(foi formada em 1997 na cidade de Winnipeg) e possui um bom nome do circuito indie da América do Norte. Tendo um estilo centrado nos belos arranjos de suas canções, seguindo a mistura pop/pós-punk, com um som similar a grupos como DEATH CAB FOR CUTIE, MOUNTAIN GOATS & SUNDAY´S BEST. Civil Twilight abre o disco com uma ótima combinação de guitarras e teclados, dando a receita da canção indie-pop perfeita. Relative Surplus Value tem a cara de hit radiofônico e é seguida pela grudenta Tournament of Hearts, formando a melhor seqüência do disco. Elegy for Gump Worsley abre o ciclo de canções mais calmas, mantido em Sun in a Empty Room, Night Windows & Reunion Tour. Um disco que deve ser ouvido, se possível, em vinil, pois ficará nítido o lado A com uma pegada mais pop e o lado B mais introspectivo e cativante, criando mais um bom lançamento para este sensacional ano. Boa diversão.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

MELHORES DE 2007- Nacionais

Nesta época do ano surgem milhares de listas do melhores dos últimos doze meses. Vou entrar nessa e divulgar os nomes que mais me chamaram a atenção em 2007 da cena roqueira brasileira. Não consigo ter da cena de rock brasileira o mesmo conhecimento que tenho das cenas americana ou európeia. Talvez o número imenso de blogs que disponibilizam discos de bandas da terra da rainha ou do tio Sam seja um fator ou a ainda precária divulgação(mesmo que o Trama Virtual e o Senhor F tenham belos serviços prestados na diminuição desse desconhecimento), mas o certo é que tenho de ter mais acesso aos sons feitos por nossas bandas para pode comentar os bons discos que circulam pelo Brasil. Provavelmente deixei de conhecer discos que hoje podiam estar nessa relação de cinco melhores. Minha lista mistura nomes consagrados, como o NAÇÃO ZUMBI e seu melhor álbum pós CHICO SCIENCE, até o ainda pouco conhecido FIREFRIEND, procurando representar o que de melhor ouvi nesse ano. Ah, também fiz a lista das cinco melhores músicas do ano, representado as mais marcantes nos meus tímpanos. Aí vai:

ÁLBUNS:
1º) NAÇÃO ZUMBI: Fome de Tudo
2º) CACHORRO GRANDE: Todos os Tempos
3º) SUPERGUIDIS- A Amarga Sinfornia do Superstar
4º)AUTORAMAS: Teletransporte
5º) FIREFRIEND: Incêndio na Paisagem

MÚSICA:
1º) NAÇÃO ZUMBI: Infeste
2º) PÚBLICA: Long-plays
3º) SUPERGUIDIS: Mais um Dia de Cão
4º) CACHORRO GRANDE: O Certo e o Errado
5º) LOS PORONGAS: Espelho de Narciso
Podem deixar seus comentários concordando ou discordando, afinal é só mais uma lista.

terça-feira, dezembro 11, 2007

DELTA SPIRIT- Ode to Sunshine

Uma nova grata descoberta surge antes da finalização da lista de melhores de 2007: o grupo americano DELTA SPIRIT. Se você ainda está com os ouvidos antenados no que está vazando na rede(com lançamento neste ano, pois alguns álbuns com lançamento no próximo ano já habitam o universo virtual há algumas semanas, ou seja, muito antes de 2008), o cd Ode to Sunshine, lançado no mês passado, deve entrar na lista de sons para o final de ano. Esse quinteto formado em San Diego, CA, com influências centradas na música Americana(cujos principais representantes são UNCLE TUPELO, JAYHAWKS, WILCO & SON VOLT), Soul, clima gospel, BEATLES &KINKS, o grupo conseguiu criar um álbum intenso e com belas melodias para agradar tanto aos fãs de pop, como aos interessados em sons autorais. Tomorrow Goes Away & Trashcan são a dupla ideal para abertura do disco, com destaques para os vocais intensos e vibrantes. House Built for Two traz um clima intenso para cativar o ouvinte. Outros destaques do cd sãs as faixas Strange Vine(melhor canção do álbum), People Turn Around, Children e Ode to Sunshine(um encerramento épico para o cd). Um disco que vai agradar em cheio aos amantes das belas melodias e canções densas, com personalidade própria. Como 2007 ainda insiste em trazer gratas surpresas, aqui está mais uma para alegrar a alma dos fãs de bandas novas(principalmente dos que gostam de COLD WAR KIDS & CLAP YOUR HANDS SAY YEAH. Boa diversão.

domingo, dezembro 09, 2007

THE OSCILATION- Out of Phase

E como o ano de 2007 ainda tem algumas semanas a lista de melhores aguarda as descobertas que podem aparecer, como é o caso do primeiro cd da banda inglesa de um homem só, THE OSCILATION, intitulado Out of Phase. Este cd é mais um típico exemplo das inovações surgidas na era da computação, pois foi gravado praticamente sozinho por Demian Castellanos, produtor que já participou do projeto ORICHALC PHASE e agora personifica essa nova banda. O álbum traz uma forte influência do krautrock e psicodelia, lembrando nomes como HOLY FUCK, SECRET MACHINES, ECHOBOY & KRAFTWERK. Visitation já mostra a linha viajante do disco, abusando dos efeitos sonoros e das distorções, seguidas pelos belos riffs de Liquid Memory Man, emendado pela ácida Violations. Head Hang Low lembra o BLACK MOTH SUPER RAINBOW, com seus teclados repetitivos. Infelizmente o álbum tem uns deslizes como Comatone & This is Nowhere, mas Response in Silent eleva novamente a temperatura do disco e é a candidata a melhor música e hit do álbum. Gameland Mindspace & Saturn 5 são outros pontos altos desse lançamento. O cd está longe de ser um dos melhores do ano, tendo alguns momentos entediantes como comentei, mas merece uma escutada por conter canções capazes de agradar tanto na linha do krautrock como para os fãs de viagens eletrônicas/psicodélicas. Boa diversão.

domingo, dezembro 02, 2007

MAGIK MARKERS- Boss

O MAGIK MARKERS é uma banda praticamente desconhecida fora do circuito indie americano, mas em breve é possível que essa injustiça seja revertida. Formada em 2001 por Elisa Ambrogio(g,v), Pete Nolan(d) & Leah Quimby(b) e com um início de carreira marcado pelos CD-Rs distribuídos nos shows, eles chamaram a atenção de ninguém menos que Thurston Moore, guitarrista do SONIC YOUTH, e em 2004 abriram a turne americana dos criadores de Daydrean Nation. Após assinaram com o selo de Moore, Ecstatic Peace, lançaram em 2006 três cds de boa repercussão e a percepção das fontes do som da banda em SONIC YOUTH, AMOL DULL II, VELVET UNDERGROUND & MARS. No início deste ano Quimby deixou a banda que passou a ser um duo e teve a colaboração de outro membro do YOUTH, Lee Ranaldo, na produção de se mais recente disco, Boss. O começo do disco com Axis Mundi já dá as credenciais de um som nervoso e denso, mantido e acelerado na sequência por Body Rot(a mais SONIC YOUTH do álbum). As canções depressivas aparecem Last of the Lemach Line, na bela Empty Botties(com destaque para os vocais de Ambrosio) e em Four/ The Ballad for Harry Andstrom. A urbana Taste é outro bom momento do disco. Circle fecha o disco em um clima viajante e denso. Um bom disco, com alguns momentos inconstantes, mas que não é mera cópia de seus descobridores, sabendo construir um clima para seu som, e tem com certeza motivos para ser escutado. Boa diversão.