quinta-feira, novembro 29, 2007

WORKING FOR A NUCLEAR FREE CITY- Businessmen & Ghosts

Se alguém estranhar o nome da banda e pensar que esta é mais uma das novidades do ano de 2007 está completamente enganado. Formado pela dupla de instrumentistas Phil Kay & Gary Mclure, na Inglaterra no ano de 2002, e, posteriormente, agregando John Kay & Ed Hume, o grupo WORKING FOR A NUCLEAR FREE CITY é um dos exemplos de como ainda pode ser feito um álbum extenso(no caso duplo) e criativo, como neste seu segundo disco, Businessmen & Ghosts. A banda mistura várias influências de rock, eletrônica, BEATLES, VELVET UNDERGROUND, SONIC YOUTH, STONE ROSES, NEW ORDER & KRAFTWERK e vem conseguindo destaque desde o lançamento de seu primeiro álbum ano passado com seu rock-eletrônico-psicodélico. A riqueza de sons e melodias exploradas pelo grupo na uma hora e quarenta e cinco minutos de som são outro ponto alto deste lançamento. O disco tem 29 músicas(!!!), com destaque para Troubled Son, Rocket, Kingdom, Sarah Dreams of Summer, Over, Eighty Eight & Donkey. O primeiro cd(Businessmen) tem mais elementos de rock enquanto o segundo(Ghosts) tem mais elementos eletrônicos, carregados por viagens psicodélicas(incluindo sobras de estúdio e gravações não utilizadas do começo de carreira da banda), formando no geral um bom álbum. Se o que escrevi aqui não lhe convenceu sobre o disco, baixa só pelo excelente nome da banda. Boa diversão

segunda-feira, novembro 26, 2007

THE WHO- Amazing Journey: The story of The Who(DVD)

Aos que desejam emoções neste final de ano a dica, com certeza, é o dvd Amazing Journey: The Story of The Who. Contar história de astros do rock é algo sedutor para muitos diretores, mas pode acabar gerando obras que, assim como biografias, pecam por não saber retratar de forma imparcial o ídolo. O diretor Murray Lerner, junto com os produtores de No Direction Home(belo documentário sobre BOB DYLAN) não caiu nesta armadilha e fez um dos documentários mais importantes da história do rock, contando a magnifica trajetória do WHO. Uma das bandas mais importantes da história está retratada como realmente foi e é. Aqui encontramos a origem como HIGH NUMBERS, a troca para THE WHO, o primeiro álbum, o período Mod, as loucuras das excursões, a criação de obras- primas(como Tommy, Who´s Next e Quadrophenia), a crise do meio dos anos 70, a morte de Keith Moon, o retorno e o fim da banda, a nova volta nos anos 90, a morte de Entwistle e o novo recomeço. São duas horas para fazer até o mais durão dos fãs de rock(sim de rock, pois o dvd serve para todos que gostem do estilo) chorar. Apoiado na genial idéia de um álbum duplo(lançado pelo selo Track Record) o diretor conta, nos quatro lados do disco, a história da banda, sempre apoiado por faixas fictícias que são na verdade frases de canções clássicas do grupo. E aqui está o grande mérito do dvd: mostrar uma banda formada por quatro gênios, mas com problemas(vícios, brigas, egoísmo) semelhantes a todos nós. Simplesmente obrigatório. Diversão garantida.

quinta-feira, novembro 22, 2007

THE HOT TODDIES- Smell the Mitten

Esse lançamento certamente vai dividir opiniões, oscilando entre a satisfação e o ódio. Explico: a ternura de algumas canções pode irritar os mais radicais e seduzir os mais ecléticos. Os amantes de vocalistas femininas vão adorar o primeiro álbum do quarteto americano HOT TODDIES, lançado em setembro desse ano, intitulado Smell the Mitten. Formada na cidade de Oakland, CA, no ano de 2004, elas misturam as influências de BEATLES, SPINAL TAP, BEACH BOYS & WEEZER para fazer um power pop com um pé na surf music dos anos 50, firmado por belos riffs de guitarra e vocais dobrados com uma produção limpinha aonde guitarra, baixo, bateria, teclados e vocais são colocados na medida certa para não ofender os ouvidos sensíveis. Sugardaddy abre o disco e deixa claro a presença das harmonias vocais e dos riffs certinhos. Surf Song começa com uma levada a la VENTURES e é seguida por potenciais hits como HTML, Rocker Girl, Wet Dream & What´s Your Sign. As músicas primam pela produção caprichada, dando ao cd um ar juvenil em certos momentos(isso, para mim, não tem nada de comprometedor). Motorscooter traz o melhor riff de guitarra do álbum e tem tudo para ser o grande hit do disco. Um álbum que, como falei no começo, vai dividir opiniões, mas agradará em cheio aos amantes das belas melodias e que pode ser ouvido durante um passeio de carro nas tardes do próximo verã. Boa diversão.

segunda-feira, novembro 19, 2007

VON SUDENFED- Tromatic Reflexxions

Surpresas são sempre muito legais, principalmente quando descobrimos alguém que admiramos num novo lançamento. Foi o que aconteceu ao ouvir o álbum de estréia do VON SUDENFED, Tromatic Reflexxions, lançado em maio deste ano, e ver a presença de Mr. Mark E. Smith. Smith é sem dúvida um dos grandes nomes da cena inglesa do final dos anos 70 e início dos 80 ao liderar uma das bandas mais importantes do história, o THE FALL. Aos interessados em conhecer a história dessa banda, recomendo a leitura do belo texto de Simon Reynolds, no livro Beijar o Céu, contando a origem do grupo e sua rivalidade com o JOY DIVISION(ambos são da industrial Manchester). Ao pesquisar vi que ele não estava sozinho, muito pelo contrário, pois neste projeto faz parceria com Andi Toma e Jan St. Werner(duo formador do MOUSE OF MARS) e vai deixar alguns fãs do FALL surpresos pela predominância eletrônica das músicas. Algumas críticas comparam o trio com LCD SOUNDSYSTEM, mas na minha opinião o VON SUDENFED tem uma pegada mais eletrônica que a banda de James Murphy(Smith declarou em entrevistas que o FALL é uma clara influência do LCD). The Rhinohead é a canção mais dançante do álbum e pode estar em bom set list de festa. Family Feud, Dearest Friends(com seu clima electro-caribenho), That Sound Wiped, Chicken Yaiamas & Duckrog mostram todo o poderio do trio, dando ao álbum uma consistência e personalidade capaz de credenciá-lo a um dos momentos mais interessantes do ano. Não chega a ser uma novidade(tem mais de 6 meses de lançado, o que atualmente representa uma eternidade), mas com certeza teve créditos muito inferiores ao merecido. Baixa e boa festa.

sexta-feira, novembro 16, 2007

TULSA- I Was Submerged

Da cidade de Boston surge uma das gratas surpresas, para mim, desse ótimo ano de 2007: o grupo TULSA. É realmente impressionante o número de novos grupos que estão surguindo com trabalhos consistentes, em que as influências são misturadas na criação de sons que lembram momentos do passado, sem significar uma cópia ou releitura vulgar. A audição deste disco me empolgou como no dia em que escutei o COLD WAR KIDS, umas das melhores bandas americanas dos últimos anos. Formado por Eric, Mickey & Carter(não existe uma identificação do sobrenome ou dos instrumentos que cada integrante toca), o grupo brinda o público com uma pérola do pop psicodélico, com influências de MY MORNING JACKET, tendo um álbum de estréia, I Was Submerged, recheado de belas canções. Breath Thin abre o álbum mostrando todo o potencial melódico do grupo e é seguida pela bela Shaker e seu ótimo solo de guitarra. Mass & Rafter formam a melhor seqüência do disco, com a combinação perfeita das harmonias instrumentais com o vocal. #2 é a faixa mais intensa do cd e tem tudo para ser o hit do álbum. There Goes a Man fecha o disco num clima viajante que lembra o SECRET MACHINES. Em síntese o único defeito deste lançamento é seu curto tempo de duração(não chega a 30 minutos), pois o resto está muito bem costurado para formar um dos bons lançamentos do ano. Ah, não confunda o nome da banda com a cidade de Tulsa, aonde nasceu J.J. CALE. Boa diversão.

terça-feira, novembro 13, 2007

PLANETA TERRA- Parte 2



E continuando o post sobre o Planeta Terra chegou a hora de comentar os melhores shows do festival. Falo isso pois DEVO & RAPTURE simplesmente mataram a pau(pena que os horários coincidiram e fui obrigado a ver metade de cada). Os americanos do DEVO deserbarcaram no Brasil cercados de expectativas se ainda eram capazes de empolgar a pláteia após anos de serviços prestados ao rock. Não só provaram que ainda estão em forma, como fizeram o melhor show do evento. Mostrando o motivo de tanta idolatria(Fernanda Takai deu uma de tiete e subiu no palco para beijá-los) eles desfilaram hits e empolgaram o público do palco main stage. Antes do fim correria para o indie stage para ver apresentação do RAPTURE. Como os horários coincidiram, vi só uma parte do show dos nova-iorquinos, mas foi o suficiente para presenciar a competência da banda e todo o seu poderio ao vivo, credenciando-os ao segundo melhor show do festival. Para encerrar nova ida ao main stage para ver o KASABIAN(banda que sou muito fã). Os ingleses fizeram uma apresentação certinha, sem erros, mas fria e não conseguiram empolgar o público(achei que o show deles seria melhor no espaço indie stage). Apesar disso foi muito bom ver o grupo ao vivo. No balanço geral um evento que deixou os presentes satisfeitos e esperançosos que no próximo ano novas atrações venham brilhar neste planeta. It´s only rock´n´roll, but i like it.

Fotos: www.terra.com.br/planetaterra

segunda-feira, novembro 12, 2007

PLANETA TERRA- Parte 1

foto 1 foto 2

Se a cena de música independente realmente tiver força o festival Planeta Terra será um dos eventos certos do calendário roqueiro nos próximos anos. Falo isso pois o evento realizado no último sábado deixou outros festivais no chinelo em vários aspectos como: organização, localização, infra-estrutura, som regular( o que já é um ganho) & line-up. Como tenho vários aspectos para comentar vou dividir o post em dois e tentar ser o mais objetivo possível. Em um evento com várias atrações é muito difícil ver todos os shows(no caso específico impossível) e em razão disso não vi os grupos nacionais(segundo comentários o INSTITUTO vez uma bela apresentação) e o TOKYO POLICE CLUB. O primeiro show que vi foi da dupla(no palco quarteto) norueguesa DATAROCK(foto 2). Empolgação, animação, versões mais pesadas e dançantes que o cd fizeram do grupo a grande surpresa do festival e os credenciaram a figurar entre os tops do evento. Na sequência veio a inglesinha LILY ALLEN, talvez a atração mais mainstream do festival, que infelizmente presenteou seus fãs com um show morno e com a única lembrança que ficou, para mim, foi a frase: "Esse é o último show desta turnê". Não precisava ter avacalhado e demonstrado tanto desinteresse(apesar da competente banda de apoio). Na sequência correria para o show do CSS(foto 1) e toda a expectativa que o cercava. Dizer que foi bom não vai convencer muitas pessoas, pois a repulsa ao grupo paulistano é imensa no Brasil. Mas com certeza Loverfox, Adriano e cia estão patamar das bandas internacionais. Com o público aos seus pés eles mandaram muito bem em hits como Off the Hook e fizeram sim um ótimo show. Amanhã tem mais.
Créditos das fotos:
foto1: HelenaN http://www.flickr.com/photos/helenan
foto2: Reinaldo Martins/terra http://www.terra.com.br

sexta-feira, novembro 09, 2007

PLANETA TERRA FESTIVAL

E como 2007 está sendo um ano ótimo de shows aqui no Brasil, chega o momento do Planeta Terra Festival. As atrações são as mais variadas: LILY ALLEN ,DEVO, CSS, KASABIAN, RAPTURE & TOKYO POLICE CLUB são algumas das atrações que indicam que este será o evento do ano. A cobertura completa estará aqui no domingo. Bom festival.

segunda-feira, novembro 05, 2007

A PLACE TO BURY STRANGERS- A Place to Bury Strangers

O trio nova-iorquino A PLACE TO BURY STRANGERS pode não vir a obter muito sucesso em sua carreira, mas com certeza conseguiu fazer um disco em que o barulho não será esquecido facilmente, tamanho o efeito que seus tímpanos sofrem após a audição. Formado por Oliver Ackermann(líder da banda), JSpace(d), Jono Mofo(b) eles tiveram uma boa receptividade no lançamento de seu primeiro álbum, com título homônimo, que representa uma coletânea de temas que o grupo já vinha trabalhando em shows. Eles funcionam como uma mistura de J&MC, MINISTRY, JOY DIVISION, MY BLOODY VALENTINE & BAUHAUS. Essa química toda gera um álbum com guitarras no máximo da distorção e letras soturnas/depressivas, fruto das idéias de Ackermann. A abertura com Missing You deixa clara a influência dos irmãos Reid(parece até que a música saiu das sobras do álbum PSYCHOCANDY). The Falling sun é praticamente inaudível, tamanha a distorção de guitarras, seguida pela nervosa Another Step Away. To Fix the Gash in Your Head tem um climão de NEW ORDER com J&MC, funcionando muito bem para pistas. No meio do caos surge Breathe para amenizar um pouco o clima guitarrístico. She Dies é o caos que o nome sugere, só sendo indicada para ouvidos já acostumados ao barulhos. Ocean fecha o álbum no clima dos 80. Um bom lançamento misturando a sonoridade dos anos 80 com tendências atuais. Se em alguns momentos a banda erra pelo caos, no geral o resultado é bem interessante. Boa diversão.

domingo, novembro 04, 2007

BIIRDIE- Catherine Avenue

E novas surpresas surgem neste final de ano! Isso só serve para demonstrar o ótimo momento do indie rock, com boas bandas e canções com um apelo de "hit" muito grande. Falo isso pois ouvindo o cd Catherine Avenue, o segundo cd do trio americano BIIRDIE, fica evidente como as novas bandas estão conseguindo captar as várias influências que possuem e transformá-las em belos discos, que lembram o passado sem ser uma cópia. Com um bom disco anterior, chamado Morning Kills the Dark(2005), esta banda formada por Jared Flamm, Kala Savage e Richard Gowen vai ainda dar muito o que falar. Mesclando a sonoridade de bandas como GRANDADDY, FLEETWOOD MAC, CSNY & BEACH BOYS com a criatividade de criar melodias pegajosas, tendo uma similaridade com o som de bandas como o MIDLAKE. A abertura, com a faixa-título, e a sequência com LA is Mars já mostram a qualidade da banda para belas melodias. Him é a faixa com maior cara de hit, com belos arranjos. Estelle é a melhor canção do disco, reunindo suingue e melodias pop perfeitamente, no melhor estilo PAUL McCARTNEY setentista.(com os WINGS) Outras boas músicas são I´m Gonna Tell You Something, Who Where You Thinkin´Of, Petals. I Wish I Could Have Been There fecha o disco com um clima apoteótico. Um ótimo disco para os que curtem belas melodias, em uma linha setentista, e canções grudentas. Boa diversão.

sexta-feira, novembro 02, 2007

CARIBOU- Andorra

A psicodelia, no aspecto musical, é muito ligada ao final dos anos 60, principalmente pelas bandas surgidas na Califórnia e em Londres. Dessa época nomes importantes como LOVE, 13TH FLOOR ELEVATORS, o PINK FLOYD com SYD BARRET, TOMORROW & BLOSSOM TOES são influências para várias bandas do rock atual(incentivando um movimento conhecido como Neo Psicodelia). Falo isso porque a banda de um homem só, do músico canadense Don Snaith, CARIBOU, captou todos esses elementos em seu mais recente cd, chamado Andorra. Surgido em 2002, quando Don decidiu seguir carreira solo, o projeto CARIBOU já flertou com o Shoegaze e a eletrônica, como no primeiro lançamento em 2005, intitulado The Milk of Human Kindness. Agora ele retorna, neste novo álbum, com uma mistura de arranjos sessentista com pitadas eletrônica. Melody Day abre o álbum e transporta o ouvinte numa viajante ácida, embalada por belos arranjos combinados com ótimos riffs de guitarra. After Hours é a mais ácida canção do cd e deixa claro a influência psicodélica do disco. Outras boas músicas são Sandy, She´s the One(com um jeitão BETA BAND), Desiree, Eli & Niobe(e seus 9 minutos). Um bom lançamento do selo Merge(o mesmo do ARCADE FIRE), que talvez venha a figurar em algumas listas de melhores do ano e vai agradar em cheio aos que gostam de músicas bem trabalhadas e com climas ácidos. Boa viagem.