quinta-feira, agosto 30, 2007

HILLY KRISTAL


Os últimos dias tem sido de luto no rock mundial. Tony Wilson, descobrir do JOY DIVISION e um dos ícones da chamada "cena de Manchester", morreu no último dia 10 e deixou um legado tremendo as futuras gerações do rock. Na terça- feira passada morreu Hilly Kristal, fundador de um dos templos sagrados do rock novaiorquino, o CBGB. Fundado em 1973 o local, que era para ser um divulgador do Country, acabou entrando para a história como o palco que viu nascer o punk e por onde passaram bandas como RAMONES, TELEVISION, PATTI SMITH, BLONDIE & TALKING HEADS, só para citar alguns, e que, infelizmente, encerrou suas atividades no ano passado, após longas batalhas contra a especulação imobiliária. Tanto Wilson como Kristal foram importantíssimos na história do rock sem tocar uma música ou compor um hit, mas transpirando algo essencial ao estilo: a paixão. Sem suas presenças e influências provavelmente milhares de garotos deixariam de montar bandas e subir aos palcos para ocupar funções em corporações, bancos ou nos corredores dos fóruns do mundo. Aqui fica um muito obrigado a ambos. It´s only rock´n roll, but we like it.

segunda-feira, agosto 27, 2007

STEREO TOTAL- Paris Berlim

A força do novo rock europeu está a cada dia ganhando mais adeptos em outras partes do mundo. França, Bélgica, Alemanha e Espanha revelaram recentemente novas bandas e sonoridades interessantes, mostrando um vasto caminho a ser explorado no cenário pop(sem esquecer que bandas de qualidade nesses países existem desde a década de 60). E uma banda que tem uma boa estrada no rock do velho continente é o STEREO TOTAL, grupo formado em 1997 pelo núcleo da baterista/vocalista Françoise Cactuse e do guitarrista/vocalista Brezel Göring, fazendo uma mistura de eletrônica, rock, pop, punk, new wave e lo-fi, com referências a LADYTRON, NICO, PLASTIC BERTRAND & CIBO MATTO e letras em francês, inglês e alemão. Não sendo propriamente underground(já tiveram música em comercial da Sony), essa mistura toda chega ao seu oitavo cd, Paris-Berlin, voltando aos melhores momentos da carreira deles(mais precisamente o álbum My Melody, de 1999), agradando aos que gostam de bandas com personalidade. O disco flerta com os vários estilos que influenciam o grupo e tem como destaque músicas como Patty Hearst, Plastic, Lolita Fantôme, Komplex Mit Dem Sex, Ich Bin Der Strichjunger e Relax Baby be Cool(cover de SERGE GAINSBUORG). Com certeza o som da banda vai agradar muito ou então sofrerá uma repulsa imediata, pois a mistura de sons e de idiomas pode cansar os ouvidos mais tradicionais, mas isso não tira o mérito deste álbum altamente recomendável. Baixa e boa diversão.

terça-feira, agosto 21, 2007

BB BRUNES- Blonde Comme Moi


Ao ouvir o BB BRUNES fiquei com uma dúvida: será que as bandas francesas atuais são legais ou meras cópias do grupos da terra da rainha Elizabeth? A resposta foi afirmativa no primeiro item, para firmar a qualidade da nova cena de rock francês. Se você for ouvir muitas das bandas que já indiquei aqui(NAAST, PLASTICINES, ASYL) verá que elas não são necessariamente originais em seu som, mas com certeza tem uma pegada muito boa e trazem aos seus ouvidos bons riffs. E, como está fervilhando, mais uma dica interessante fica por conta do trio BB BRUNES, vindo de paris e que estão lançando o cd Blonde Comme Moi. Formado em 2005 por Adrien, Felix e Karim, tendo influências centradas na cena que idolatra o pós-punk, principalmente STROKES & LIBERTINES, eles fazem um rock divertido, ideal para ouvir sem compromisso. As músicas são rápidas(a maioria tem por volta de 2:20) e emendam uma sequência de tirar o fôlego, como Le Gang, Houna, Dis-Moi, 68 e Brune BB, mostrando o potencial deste grupo. Talvez eles não estejam no patamar de outras bandas, como o NAAST, mas merecem um destaque, até para afirmar de vez esta promissora cena do rock europeu. Ah, em relação a minha pergunta inicial, tenho outro argumento para defender o som das bandas da terra de Henry: as letras em francês com os vocais rasgados ficam excelentes, dão o charme e um ótimo motivo para conhecer este bom trio. Boa diversão.

domingo, agosto 19, 2007

POP LEVI- The Return to Form Black Magik Party

Aos que procuram novos sons interessantes este disco com certeza vai agradar em cheio, sendo um das ótimas surpresas desse belo ano(musicalmente falando) de 2007. E, talvez, o mais interessante dessas surpresas é que nem todas bandas seguem a febre de influências pós-punk, indo buscar influências na psicodelia sessentista e no glam setentista. Aqui pode ser enquadrado o cantor e multi-instrumentista POP LEVI, nascido na cidade dos Fab Four, que lançou seu primeiro álbum solo, The Return to Form Black Magik Party, em fevereiro deste ano. Já tendo trabalhado com bandas como o SUPER NUMERI e LADYTRON, ele decidiu partir em carreira solo misturando influências de T.REX, SWEET & SUPERGRASS, sendo muito sucedido na mistura(conseguiu ter um estilo próprio sem ser inovador) e criando uma dos melhores trabalhos deste sensacional ano. Sugar Assault Me abre o disco em alto astral, sendo o hit potencial do disco(merece destaque o ótimo clipe feito para a canção, com o jeitão andrógeno de Levi). (A Style Called) Cryin´ Chic tem uma pegada psicodélica (principalmente pelas distorções nas guitarra). Pick Me Up Uppercut é T.REX puro, mostrando a veia glam de Levi, mantida em Skip Ghetto, Dollar Bill Rock & Morning Light. Flirting é uma mistura de Bolan com os BEE GEES, sendo a melhor balada do disco. Um grande álbum, com a medida certa de pop e ecletismo, merecendo o destaque apesar do atraso em descobrir, saiu em fevereiro, nesta época digital. Boa diversão.

quinta-feira, agosto 16, 2007

FIREFRIEND- Incêndio na Paisagem

Um dos grandes desafios para as bandas indies brasileiras é conseguir fazer um som interessante que tenha personalidade. Em muitos casos as misturas de várias influências acabam gerando trabalhos sem vida, sendo mera cópia do que já temos(isso é agravado quando os vocais são em inglês). O trio paulistano FIREFRIEND escapou desses problemas no seu segundo cd, Incêndio na Paisagem, lançado recentemente. Misturando as influências de VELVET UNDERGROUND, SONIC YOUTH, PAVEMENT & YO LA TENGO eles certamente serão adorados ou odiados, pois se não são originais, e nem tentam criar estilos próprios de rock "alegrinho" como fazem outras bandas nacionais, conseguem cativar aqueles que gostam de guitarras marcantes e climas instigantes/depressivos. A mistura do noise americano com letras em português é, na minha opinião, um dos grandes atrativos do cd, mesmo podendo desagradar aos mais chegados em canções pop grudentas(mas o disco não me parece direcionado a eles). São destaques do álbum canções como Isabel, Duas Julias, Sete Oitavos, A Teus Pés & Pequena Meia- noite aonde fica evidente o petencial da banda. Algumas canções mais longas, como Aurora, acabam cansando o ouvinte e tiram um pouco o brilho do disco. Uma boa pedida para quem está atrás de novidades interessantes, principalmente pelo fato do disco(junto com o primeiro cd deles) estar totalmente disponível para baixar, com excelente qualidade, no site da banda( www.firefriend.com ). Boa diversão.

domingo, agosto 12, 2007

ASOBI SEKSU- Asobi Seksu

Uma das ótimas descobertas dos últimos meses foi a banda ASOBI SEKSU. Formada em Nova Iorque em 2001, este quarteto é um típico representante do shoegaze, na melhor tradição do MY BLOODY VALENTINE com influências de SONIC YOUTH, tem três cds lançados, com o destaque para o primeiro, de título homônimo, que destaquei para comentar aqui no blog. Seguindo uma linha de músicas centradas em ótimas guitarras e alternando canções em inglês com japonês, este quarteto lançou em 2004 esta pérola, chamando a atenção para as belas melodias presentes no álbum. Sooner é para mim o grande hit do disco, com os belos vocais de Yuki Chikudate e os ótimos riffs de James Hanna. Umi de No Jisatsu apresenta a banda cantando em japonês, o que, na minha opinião, fica muito bem com a proposta de som deles. Outros destaques são Walk on the Moon, Let Them Wait, Taiyo,End at the Beginning & Before We Fall. Um disco que demonstrou o potencial da banda e despertou a atenção da cena indie americana para esta promessa, confirmada pelo sucessor, Citrus(2006). Sem ser necessariamente inovador, este grupo fez um disco muito agradável aos ouvidos de qualquer amante do rock moderno, merecendo ser baixado e escutado. Boa diversão.

quarta-feira, agosto 08, 2007

SHY CHILD- Noise Won´t Stop

Uma das grandes ansiedades em ouvir um som desconhecido é ver qual a linha da banda/cantor e qual dose de criatividade foi colocada no trabalho. O maior desafio de quem deseja fazer música pop nos dias de hoje é fugir do convencional, sem tornar seu trabalho inacessível. Um dos caminhos para inovações, na minha opinião, é a mistura rock-eletrônica e suas inúmeras possibilidades que ainda podem ser descobertas. Nesta linha de expectativa e satisfação com o que escutei coloco o duo SHY CHILD. A banda foi formada em 2000, na cidade de Nova Iorque, tendo como membros Pete Cafarella(sintetizadores e vocais) e Nate Smith(bateria), já conta com dois cds no currículo e influências de KRAFTWERK, GARY NUMAN, NEW ORDER e com uma pegada rock, mesmo sem a presença de guitarras(exceto qunado sintetizadas por Cafarella), centrada nas batidas de Smith. Antenada na chamada New Rave(já excursionaram com KLAXONS & SOULWAX), eles estão lançando o álbum Noise Won´t Stop, desde já uma ótima pedida. A trinca de abertura, com Drop the Phone, Pressure to Come e Kick Drum definirá se você gostará ou não do som dos rapazes. The Volume & Summer são as melhores músicas do álbum, alternando uma ritmo forte e repetitivo com momentos mais viajantes. Cause and Effects leva quem está escutando direto para a pista de dança, sendo um ótimo encerramento para um bom álbum. Altamente indicado para animar festas(parece que foi a intenção deles), o SHY CHILD foi uma ótima surpresa. Se você procura a linha do pós-punk, principalmente dos seguidores do GANG OF FOUR, esqueça esse lançamento. Se sua vontade é conhecer novos sons, com certeza está será uma ótima dica. Boa diversão.

domingo, agosto 05, 2007

VHS OR BETA- Bring on the Comets

Nomes de bandas chamam atenção positiva ou negativamente. Os americanos do VHS OR BETA podem ser enquadrados no primeiro caso. Para todos os que viveram os anos 80 a lembrança da competição entre os formatos VHS e Betamax de videocassetes, que acabou com a "vitória" do primeiro, será imediata ao ver o nome da banda. Só essa ótima idéia para já poderia chamar a atenção, mas o som desse quarteto é muito interessante e merece comentários. Nascido em Loiusville, o grupo, como acontece com milhares de bandas, foi formado por ex-colegas de escola(Mark Palgy, Zeke Buck e Craig Pfunder) e está com o terceiro cd, Bring on the Comets, saindo do forno. E não é só o nome que remete aos anos 80, pois eles tem influências de CURE, DEPECHE MODE e DURAN DURAN, mais DAFT PUNK(para dar uma roupagem atual), gerando um electro/pop com vocação para as pistas de dança(como ficou claro no seu primeiro álbum- Le Funk, 2001- que flertou com elementos do funk para criar ótimas músicas). Love in My Pocket abre e é um destaques do cd, com seus os ótimos rifs de guitarra. Can´t Believe a Single Word, She Says, Take It or Leave It são petardos prontos para as rádios. A faixa-título é o grande destaque do álbum, para mim, com um clima grandioso e os ótimos vocais de Pfunder. A dançante We Could Be One é outro ponto alto do lp. Se você se interessou pelo nome, pode ter certeza que ele é só um detalhe se comparado a qualidade das músicas de Bring... . Pode baixar que é diversão garantida.

quinta-feira, agosto 02, 2007

GOODBOOKS- Control

A cena indie inglesa mostra a cada dia mostra uma novidade que é considerada, por parte da imprensa, como a "nova promessa". Nem todos os grupos tem a consistência de FRANZ FERDINAND, BLOC PARTY, ARCTIC MONKEYS & KAISER CHIEFS, mas não é por esse motivo que não merecem um destaque pelas boas canções feitas. O grande problema desse hype nas bandas novas é o de dar uma valorização a trabalhos médios, que muitas vezes não são repetidos em álbuns posteriores. O quarteto inglês GOODBOOOKS está entrando neste incerto caminho com o lançamento de sue primeiro cd, Control. Seguindo a trajetória de vários grupos da mesma cena, eles já são experientes quando o assunto é single, pois lançaram 10 entre 2005 até este ano, preparando o terreno para o primeiro disco que traz o peso da banda ter sido considerada a "próxima nova grande inglesa". As influências com POLICE, FRANZ FERDINAND & SUNSHINE BREAKDOWN são claras no trabalho do grupo e resultam em boas canções radiofônicas. Passchendaele, já lançada em um ep, poderia estar em um possível novo álbum do POLICE tamanha a influência a semelhança com o trio inglês. Beautiful to Watch e The Illness trazem a marca de bons riffs aliados aos vocais de Max Cooke. Alice é, para mim, a mais influenciada pelo FF. Violent Man Love Song é uma boa mistura de sons eletrônicos com arranjos bem elaborados. Walk with Me exagera nas paredes de guitarra e destoa do resto do cd. Leni & Turn it Back elevam o clima do final do álbum, com seus refrões grudentos. Um disco para ser escutado de uma banda que pode estar esquecida em pouco tempo. Tomara que eles consigam manter a boa impressão deixada e Control, realizando outros bons trabalhos no futuro. Boa diversão.