Se você ainda não conhece os dinamarqueses do FIGURINES tem uma ótima opotunidade com o lançamento de seu mais recente álbum, When the Deer Wore Blue. Esse quinteto, formado no meio dos anos 90, vem conquistando grande respeitando nos EUA e Canadá, com um rock inteligente, marcado por riffs de guitarra grudentos e pitadas de psicodelia. Desde de 2003, com o lançamento do cd Shake a Mountain, o grupo conseguiu romper as barreiras e ter destaque na imprensa americana e em festivais como SXSW, chegando a ser comparado com bandas como o PAVEMENT. A influência dos garotos, além do grupo de Stephen Malkmus, está centrada em nomes como BUILT TO SPILL, DECEMBERISTS & MODEST MOUSE e vai agradar em cheio aos fãs de belas melodias e arranjos vocais na medida certa. The Air We Breathe tem nos vocais de Christian Hjelm o grande destaque(lembrando um pouco BAND OF HORSES). As belas melodias pop estão presentes em músicas como Hey, Girl , Drunkard´s Dream, Bee Dee & Cheap Place to Spend the Night. O álbum traz canções com climas mais intimistas( Drove Your Miles, Good Old Friends, Half Awake, Half Awake-com um clima da psicodelia inglesa dos anos 60- & Unknow Title) que caem muito bem e dão o tempero exato para essa pequena pérola do pop moderno. Um disco para deixar o ouvinte com aquela sensação de satisfação e felicidade em escutar um bom disco. Boa diversão.
domingo, setembro 30, 2007
quarta-feira, setembro 26, 2007
ALASKA IN WINTER- Dance Party in the Balkans
Um dos grandes méritos da difusão da música pela internet é a diversidade de estilos e de grupos que temos acesso. Isso propicia ao fã de música entrar em universos que, antigamente, só eram descobertos por fitas gravadas de discos importados ou com o desembolso de uma fortuna para importar os álbuns. E com essa diversidade vários sons diferentes aparecem para seduzir nosso ouvidos. Aos fãs de inovações o ALASKA IN WINTER será um prato cheio, agradando também ao fãs do BEIRUT(pois além da proximidade no som, conta a participação do próprio Zach Condon), com um diferencial que me agradou: a inclusão de elementos eletrônicos. Surgido da cabeça de Brandon Bethancourt e de suas inspirações na obra de Dostoyevski, este é mais um exemplo de banda de um homem só, pois os músicos que participam do projeto são convidados de Brandon e dão vazão as idéias do músico. A abertura com The Homeless and the Hummingbirds consegue misturar elementos do folclore balcã com eletrônico na medida certa, mantida em You Red Dress(a melhor música do disco na minha opinião). A faixa-título é a mais próxima dos trabalhos de Condon, mas traz na incorporação de elementos eletrônicos o diferencial importante. O clima depressivo está presente na maioria das canções e pode desagradar os adeptos do pop/rock mais convencional(a mais "normal" das canções do cd é Close Your Eyes We Are Blind). Mesmo sendo cansativo em alguns momentos(como em Harmonijak), este disco merece ser ouvido, nem que seja para quebrar o preconceito contra os sons "estranhos".
domingo, setembro 23, 2007
IMPERIAL TEEN- The Hair The Tv The Baby & The Band
O ano de 2007 continua sendo maravilhoso para os amantes da boa música. São tantos os lançamentos interessantes que é praticamente impossível falar aqui de tudo que escuto e penso: "isso é bom". São várias bandas novas(... muito além do hype...) e outras com tempo de estrada, lançando trabalhos consistentes, deixando nossos ouvidos, cerebros e emoções em extase. só para confirmar o que falo o IMPERIAL TEEN veio colaborar com seu ótimo cd, The hair, the Tv, the Baby & the Band. Pouco conhecida no Brasil essa banda, surgida em 1994 na Califórnia, é formada por Roddy Bottum(g/v), mais conhecido como ex-tecladista do FAITH NO MORE, Will Schwartz(g/v), Lynn Truell(d) & Jone Stebbins(b), tendo lançado seu primeiro álbum em 1996, o elogiado Seasick. Com um som na linha do Power Pop e Indie Pop, próximo a bandas como NEW PORNOGRAPHERS & BEAT HAPPENING, eles atingiram o auge, para mim, no disco On(2002). Após uma parada de 4 anos, a banda retorna com este bom álbum, cheio de belas melodias, riffs certeiros, vocais a la BEACH BOYS e refrões pegajosos. Everything abre o disco e sintetiza tudo o que falei. Do it Better, Shim Sham(com a clara influência do B-52´s) mantém o pique do disco e mostram como a banda amadureceu após esse hiato. Baby and the Band, One Two(tremendo som dançante), It´s Now, Fallen Idol(com toda sua influência de Mr. McCartney). Sweet Potato, 21st Century e What You Do fecham o disco de forma magnífica. Ótimo disco, com belos vocais(estou a cada dia mais fã de bandas em que as mulheres colocam belas vozes para gerar a "quase" química pop perfeita) e vários hits potenciais. Baixa e boa diversão.
quarta-feira, setembro 19, 2007
IAN BROWN- The World is Yours
Se muitas bandas do britpop explodiram nos anos 90 e se o revival do pós-punk oitentista ganhou força neste início de século XXI, elas devem muito a uma banda que não pode ser esquecida: o STONE ROSES. Junto com J&MC e PIXIES, eles são uma das grandes influências do que chamamos de rock moderno. Com dois discos, esta banda de Manchester, deixou seu nome na história e um legado ainda hoje seguido por vários grupos mundo afora. E uma figura merecia destaque na banda: IAN BROWN. Após o fim do grupo ele procurou, mesmo com todos os tropeços, fazer um trabalho além de seu antigo grupo, lhe custando alguns milhares de dólares, mas mantendo sua dignidade. Ativista contrário a guerra do Iraque e a continuidade da monarquia inglesa, ele está lançando seu quinto álbum, The World is Yours. Tendo mantido uma boa legião de devotos, desde sua antiga banda, ele infelizmente não repetiu em sua carreira solo o talento que o consagrou(mesmo assim ele, recentemente, recusou várias ofertas para o retorno do STONE ROSES). Esse disco me chamou a atenção pelo fato que cada audição(ouvi três vezes) me deixava com impressões diferentes, mas no geral agradou, sendo candidato ao melhor trabalho de sua carreira solo. A uma mistura de elementos de trip hop, pitadas de rock e soul, com os vocais marcantes de BROWN gerou um cd estranho no primeiro momento, mas que vai se revelando belo a cada novo contato com os tímpanos. Recheado de boas canções como Illegal Attacks(sensacional, com a participação de SINEAD O´CONNOR), Goodbye to the Broken, Save Us, Sister Rose, On Track & Some Folks are Hollow o álbum vai crescendo a cada, destacando o bom trabalho realizado pelo mito, sem lembrar o mito. Outro para a lista de 2007, talvez sem entrar no top, mas merecendo uma boa escutada. Boa diversão
domingo, setembro 16, 2007
MILBURN- These are the Facts
A tecnologia facilitou o sonho de muitos jovens fascinados por música, tornando a tarefa de gravar um disco ou de conhecer uma nova banda ao alcance de um aperto no botão do computador. Isso gerou a revolução que está acabando com a indústria fonográfica(isso é ruim?), mudando a relação do jovem com a música(para pior ou melhor?) e gerando bandas que transcendem as fronteiras(vide o CSS e o BONDE DO ROLÊ). Uma das consequências disso tudo é que surgem milhares de bandas, muitas seguindo as mesmas tendências e com um som parecido. O quarteto MILBURN foi vítima dessa última situação. Formado por Joe Carnall(v,b), Louis Carnall(v,g), Tom Rowley(g) & Joe Green(D) na cidade inglesa de Sheffield, a banda segue a linha de influência do pós-punk oitentista e sofreu inúmeras comparações com seus conterrâneos do ARCTIC MONKEYS ao lançar seu primeiro cd- Well, Well, Well- no ano passado. Algumas informações dizem até que a bandas do Carnall foi uma influência para os ARCTIC, mas com imenso sucesso dos conterrâneos acabou ficando esquecida. Sinceramente o primeiro disco lembra muito os macacos e ao ver o lançamento do segundo cd, These Are the Facts, pensei:"agora eles afundam de vez". Mas para minha surpresa ocorreu o contrário. Lo+Behold abre o disco e deixa uma boa impressão, principalmente pelos riffs marcantes, seguida por canções como Wolves at Baby, Lucy Lovemenot, Sinking Ships, Being a Rouge & Genius at the Tramp. O álbum não vai acabar com a comparação, pois algumas faixas(como Cowboys and Indians) ainda vão trazer a lembrança imediata do ARCTIC MONKEYS, porém o grupo parece começar a encontrar seu espaço no rock hype atual. Apesar de ser inconstante merece ser baixado e escutado.
quarta-feira, setembro 12, 2007
BAND OF HORSES- Cease to Begin
Se o "drama" do segundo disco prejudica as bandas mais "hypadas" da cena indie inglesa, gerando álbuns inferiores(ou menos prestigiados), o mesmo fenômeno não ocorre no indie americano, por natureza mais consistente e equilibrado. As bandas americanas primam, na maioria das vezes, por criar discos mais coesos, com a consequência de não estourarem meteoricamente(ou em proporções diferentes dos colegas da terra da rainha), possibilitando uma carreira mais duradoura(na maioria das vezes). É o caso do BAND OF HORSES, que lançou um ótimo disco no ano passado, Everything All the Time, e ocupou os primeiros postos em várias listas de melhores do ano sem ter tido o "hype"(no bom sentido) merecido, sendo pouco escutado. Originária da Carolina do Sul, tendo como membros Ben Bridwell(g,v) e Matthew Brooke(g), o BAND OF HORSES tem claras influências de NEIL YOUNG & CRAZY HORSE e FLAMING LIPS(do álbum Soft Buletin para frente). Para o segundo disco, Cease to Begin, não houve a participação de Brooke, que saiu para ingressar em outros projetos. Felizmente o talento de Ben, inclusive para selecionar os músicos que participaram das gravações, faz com que o álbum não decepcione. A abertura com Is There a Ghost traz todo potencial dos vocais de Bridwell, num clima emocionante. Rechado de baladas, o álbum traz momentos intimistas como em The General Specific, Lamb of the Lan(in the City), Window Blues, Detlet Schrempt. Marry Song tem na guitarra marcante seu destaque(remetendo para o disco anterior). Na minha opinião este segundo cd está no nível do primeiro e tem tudo para consolidar o grupo no indie americano. Baixa e boa diversão.
segunda-feira, setembro 10, 2007
RILO KILEY- Under the Blacklight
Aos fãs que tiveram medo de uma possível separação do RILO KILEY com o bom trabalho solo de Jenny Lewis & Watson Twins, no ano passado, podem acalmar os nervos e saborear o recente lançamento do bom Under the Blacklight, quarto álbum da carreira da banda. Formada no ano de 1998, em Los Angeles, por Jenny Lewis(v), Blake Sennet(g,v), Pierre de Reeder(b) & Dave Rock(d), que posteriormente deixou a banda para entrada de Jason Boesel, eles representam o que de mais agradável o indie pop/rock pode oferecer: um belo vocal feminino, melodias grudentas e doçura na medida certa. As influências da banda são seus contemporâneos BROKEN SOCIAL SCENE, NEKO CASE & DECEMBERISTS, mais uma pitada de PAUL McCARTNEY. A banda foi conquistando uma boa reputação no circuito indie(fato iniciado já no cd de estréia Take Offs and Landings, de 2001), que certamente será mantida com o lançamento deste quarto trabalho. Silver Lining abre o disco com um certo ar CARDIGANS(presente em outras faixas como Breaking´Up), logo substituído em canções como Moneymaker e a faixa- título. Dreamworld é a melhor música do disco, com sua bela melodia e os vocais de Lewis e Sennet. 15, Smoke Detector & Give a Little Love são outros pontos altos deste álbum. Um bom disco(mesmo que um pouco inconstante), para namorar ou relaxar de um dia cansativo, de uma banda que ainda pode criar outros bom trabalhos em sua carreira. baixa e boa diversão.
quarta-feira, setembro 05, 2007
ALL SMILES- Ten Readings of a Warning
É sempre muito bom ouvir um cd desconhecido e descobrir a beleza de suas músicas e as influências que a banda tem em seu som. Ao colocar o álbum Ten Readings of a Warning, da banda americana ALL SMILES tive uma das boas surpresas deste ano. Sem ser necessariamente inovador ou seminal, este disco faz com que o ouvinte venha a descobrir(ou redescobrir) o prazer de ouvir boas canções. Ao pesquisar sobre o grupo vi que seu mentor era Jim Fairchild, ex-guitarista do GRANDADDY(uma das grandes bandas americanas dos anos 90, na minha opinião, e que encerrou as atividades no ano passado), que após o fim da banda começou a gravar algumas músicas em sua casa, dando origem ao projeto ALL SMILES. Para acompanhá-lo foram convidados músicos de bandas como MODEST MOUSE, SLEATER-KINNEY & GREAT NORTHERN, resultando em um álbum com fortes influências de NEIL YOUNG e FLAMING LIPS. A abertura com a dupla Summer Day e Killing Sheep dão ao álbum um belo clima e mostram a qualidade do álbum. Mesclando canções com uma forte veia acústica, como Pile of Burning Leaves e Leave Love, com outras mais que lembram sua antiga banda, como Moth in a Cloud of Smoke e The Velvest Balloon, o disco transpira belas melodias pop na medida certa para agradar aos fãs do indie como aquelas pessoas que desejam ouvir boas músicas, transpirando tranquilidade e vontade do ouvinte escutar da primeira a última música, sem parar. Baixa que a diversão é garantida!
segunda-feira, setembro 03, 2007
MIDNIGHT JUGGERNAUTS- Dystopia
A Austrália sempre presenteou o mundo com ótimos grupos em várias vertentes da música pop. Já comentei aqui que muitas bandas aproveitam o idioma do país para conseguir projeção no cenário internacional. Isso, aliado a existência de uma cena pop consolidada, formada ainda nos anos 60, tem sempre sido um fator que fortalece e dá respeito a banda ao ouvimos "...essa banda é australiana...". E quando a banda vem "antenada" nas novas tendências da mistura rock-eletrônica mais respeito ela merece. O trio MIDNIGHT JUGGERNAUTS tem todos os elementos para estourar com seu primeiro álbum, Dystopia. Formado em 2004, na cidade de Melbourne, por Andy, Vincent e Dan e tendo um som que traz influências de HUMAN LEAGUE, STEREOLAB & DAVID BOWIE, mais uma pitada de psicodelia, esse grupo promete ser uma das descobertas do ano. Com um álbum extenso(19 músicas no total) e coeso eles criaram o som ideal para pistas de dança ou trilha sonora de ficção científica, sem excessos e com todos elementos combinando para gerar um resultado final muito bom, como podemos observar em músicas como Ending of an Era, Into the Galaxy(lembra um BOWIE da fase anos 90), Road to Recovery, Twenty Thousand Leagues(uma viagem ácida) e Aurora(uma ótima balada). Como bônus o disco ainda traz Shadows(Ajax Remix) e Tombstone(Comets Remix) que podem ser resumidas como a dobradinha perfeita para as pistas. O grupo é a próxima aposta para estourar na Europa e nos EUA, prometendo ser uma das sensações de 2007, com todo merecimento. Baixa, arruma a pista na sala e boa diversão.
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