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Comentar o primeiro disco de sensação indie-adolescente-virtual MALLU MAGALHÃES pode ser uma tarefa ingrata, pois o policiamento, tanto no bom e no mal sentido, deve imperar. Falo isso em razão da controvérisa que move mídia e público desde que essa menina(ela tem 16 anos) colocou algumas músicas no seu myspace e, logo em seguida, virou sensação de blogs, festivais, revistas e tudo mais que se possa imaginar no meio indie. O engraçado de tudo isso, ao menos para mim, é que MALLU é uma adolescente(e assume claramente este estágio de sua vida) que estava querendo começar a tocar algo das canções que lhe motivavam(como vários ídolos pop um dia fizeram em suas vidas) para ter prazer. Da noite para o dia ela é o centro de atenções sobre sua influência nos adolescentes, sobre como alguém tão jovem tem influências tão maduras(ela cita JOHNNY CASH, BOB DYLAN & BEATLES), sobre seus shows, seu disco e seus namoros. Ou seja, estamos diante de uma Maísa adolescente! Na verdade para mim, tudo isso é a parte que o hype precisa para criar um novo fenômeno(como foi o caso da MALLU) e logo descartá-lo. Agora falando do primeiro cd, que tem como título o nome da cantora, fica uma sensação estranha e explico o motivo: o que torna a MALLU interessante é a simplicidade de suas interpretações e o jeito moleque como cantava nas músicas que circulavam na rede, pontos que simplesmente desaparecem no meio da boa produção do disco. Pode parecer um paradoxo, mas aqui uma boa produção tirou a originalidade e tornou um lançamento que podia ser interessante em mais do mesmo. Claro que o disco não é de todo ruim, com canções conhecidas(J1), boas regravações(como a do Vanguart) e novidades interessantes(O Preço da Flor). O problema é que tudo está muito certinho e falta aquela sensação de estar ouvindo uma menina, apaixonada por grandes ícones do rock, cantando canções no estilo de suas referências. Isso prejudica a carreira dela? Sinceramente não sei, pois acho prematuro ficar projetando um fracasso ou sucesso quando se está diante de alguém em amadurecimento, tanto pessoal como musical. Ah, mas tem um ponto positivo que niguém pode negar: se ela influenciar outros adolescentes a ouvir suas influências já terá prestado um serviço um milhão de vezes melhor que todos os emosrróida juntos. O link para baixar está nos comentários. Boa diversão.